31 de outubro de 2009

Administração e o Mundo Corporativo

Max Gehringer apresenta uma entrevista com um guru da administração. Interessante. Veja no link abaixo:

20 de outubro de 2009

Planejamento da Nova Capital do Rio de Janeiro

A situação da cidade do Rio de Janeiro está se tornando cada vez mais grave. Cada vez que uma medida de aceitação da favelização, de apoio à desestruturação e permissão do informal toma o lugar do oficial, do correto e do organizado, o problema se agrava.

O Rio tem uma imensa população, tem excelentes paisagens naturais, tem indústrias, empresas e instituições de ensino muito ativas e quase todos os cariocas são maravilhosos. Mas o pouquinho que não é está sendo beneficiado pelo descontrole. Muitos honestos acabam sendo influenciados pelo meio. A educação básica do povo fica comprometida. Comprar com camelôs tornou-se uma prática correta. A venda de cópias backup nas ruas é feita em frente aos órgãos públicos do centro. Morar em favela tornou-se uma das melhores opções para o trabalhador honesto que precisa estar no trabalho a tempo, não dispõe de dinheiro para alugar uma casa na zona sul e não tem fiador. E hoje isso vale para todos os cantos do Rio.

A favela-bairro está oficializada. Milhões de pessoas moram num lugar muitas vezes projetado e construído por um servente de obras sem curso, onde as ruas são estreitas, onde as casas não têm privacidade por estarem muito próximas, onde os criminosos exigem acesso e proteção e onde o policiamento é ineficaz ou ausente. Não há dúvida que a grande maioria é honesta e trabalhadora. São e não têm muitas opções. A outra alternativa é morar bem distante, no Grande Rio ou para os lados de Santa Cruz. Aí o problema é a falta de infraestrutura da localidade, com problemas até de água e esgoto, tarifas de transporte muito elevadas, tempo de até duas horas para chegar ao trabalho e mais duas para voltar etc. Só quem vive os problemas sabe o que significa isso. Se compararmos as duas situações, talvez a maior vantagem de morar no subúrbio seja só poder viver com um pouco mais de espaço. Isso é pouco.

Para resolver totalmente o problema do Rio seria preciso desapropriar todas as favelas. Mas existem milhões de pessoas ali, que precisam de trabalho. Muitos são camelôs, funcionários públicos e empregados domésticos e precisam de casa e trabalho. Transferir uma favela para outro lugar geraria muito mais problema do que soluções, além da revolta do povo. A solução seria construir uma nova cidade planejada no Rio. Mas isso dependeria do estado. Brasília e Belo Horizonte foram planejadas. Uma nova megalópole planejada para 5 milhões de pessoas, com áreas de indústrias, comércio, grande área para pelo menos 20% de residências de alto nível, no subúrbio, proibida a concentração exagerada por conjuntos próximos de prédios, previsão de shoppings amplos, estacionamentos, e setores, como os de Brasília (saúde, alimentação, hotéis, praças, clubes, igrejas etc). Até a previsão de sede para copa do mundo e olimpíadas nessa cidade poderia ser um grande chamariz. Mas as indústrias teriam que estar distante para permitir a qualidade do ar na cidade. Muitos trens, vias largas e árvores permitiriam uma excelente qualidade de vida. Ter acesso direto por trens a um porto

O próprio projeto atrairira muito dinheiro como alternativa para uma cidade como o Rio. Quotas poderiam financiar a cidade, e certamente isso deslocaria um número absurdo de pessoas das favelas e suburbio do Rio. Com esse deslocamento incentivado, quem entregasse sua posse na favela receberia o direito de residir por 100 anos num lote na nova cidade. Poderia pagar para ter a escritura, mas com direito a escola para os filhos e facilidade de transporte e trabalho. Talvez o policiamento tenha que ser uma das primeiras medidas a ser disponibilizada. As residências de luxo devem pagar as residências mais simples, mas não existiria nenhuma residência com menos de 50m² por lei devido ao planejamento.

Para mim esta seria a única maneira de salvar o Rio. O Rio se especializaria na cultura e turismo, com empresas de consultoria e comércio. O dinheiro estaria na nova Guanabara. Todas as favelas seriam desapropriadas a partir de 20 anos após a instalação de casas e muitos bairros considerados problemáticos também. As cidades ao redor teriam que se adaptar a um novo padrão. Em suma, tudo o que está hoje desorganizado teria que se organizar.

Legalmente isso pode ser difícil hoje, mas mudar a lei para permitir essas desapropriações seria uma necessidade, justificável pela grandiosidade do projeto e pelos benefícios à coletividade. Outra mudança legal nas leis do Brasil que seria necessária seria a possibilidade de retirada de qualquer assentamento irregular a qualquer momento, mesmo que tenha se passado 20 anos, pois a morosidade da fiscalização hoje é que beneficia e facilita a favelização.