29 de abril de 2009

Os Índios

Um problema complexo é a situação dos índios. O programa da TV cultura A'Uwe apresentou um episódios chamado "Prisioneiros de um Deus Branco". Sou cristão e acho que devemos levar a mensagem ao mundo. Mas o que é apresentado por um documentário de Steve Lichtag, Tcheco, sobre a tribo indígena Akha, que vive nas montanhas do Laos e da Tailândia. É apresentada uma gravíssima demonstração de distorção da pregação do evangelho.

Inicialmente tudo parece muito bonito, as crianças são levadas para um lugar tranquilo e recebem instrução, aprendem as histórias bíblicas e passam a morar isoladas da família, ali. Então começam a surgir os problemas. Desvios de conduta dos missionários, incluindo tráfico de crianças e estupro. Como as crianças ficam sem os pais, são alvos fáceis. Outro problema mostrado é que junto com o ensino de nova crença as crianças não conseguem mais se adaptar à vida com sua própria família, desprezando e desrespeitando os membros da aldeia por suas crenças e tradições, o que gera imenso problema social. Acho que Deus não deseja o desmembramento da família.
Fonte: http://www2.tvcultura.com.br/auwe/episodios.aspx

Então, como evangelizar sem descaracterizar o povo? Eu fico sempre me perguntando a razão de tantas ONGs desejarem manter intacta a cultura indígena. As tribos adquiriram com o tempo um modo de vida organizado tendo cada um suas atribuições. Mas o progresso e o conhecimento não precisa ser negado a eles. Como eles são pessoas, não animais num zoológico, acho que deveriam ter acesso à cultura também. Por que não deixá-los saber que existem outras maneiras de fazer as coisas? Porque queremos vê-los dançando para o deus da chuva, esperando a chuva? Isso é nosso egoismo. Deixá-los sem saber que Deus veio à Terra e trouxe uma mensagem importante é anti-bíblico. Então acho que somente um trabalho completo, com toda a tribo, sem separar crianças nem velhos, como uma grande família, sem forçá-los a mudar seus costumes por imposição, sobretudo naquilo que não envolve o seu espiritismo. Mas é uma difícil questão. E os exemplos horríveis citados acima denigrem a imagem de qualquer cristão. Uma pena.

25 de abril de 2009

Bíblia e-Sword freeware

Tenho usado há vários anos a o programa e-Sword, que permite uma profunda busca na Bíblia, em dicionários, em comentários bíblicos, além de vários outros recursos como mapas e estudos bíblicos de diversas fontes.

Recomendo o uso desse programa (http://www.e-sword.net/) principalmente pela facilidade de identificar cada palavra na língua original da bíblia (hebraico e grego) pelo número catalogado por Strong (Concordância Exaustiva da Bíblia feita por John Strong) correspondente a 8674 palavras hebraicas e 5624 gregas, conforme traduzidas para a versão da Bíblia King James. Essa concordância foi apresentada em 1890. O objetivo era o estudo ou conhecimento dos escritos na língua original para um maior aprofundamento dos estudos.

Para demonstrar a importância desse recurso, considere como exemplo a passagem de João 21:15-17, em que Jesus pergunta três vezes a Simão Pedro se este o ama. Apenas no original podemos ver que na terceira vez em que fez a pergunta, Jesus modificou a palavra "amas-me". Com esse programa aparecem comentários e dicionários associados a cada palavra e passagem que for selecionado.

Baixe, instale e utilize. Vale a pena.

13 de abril de 2009

Pescadores de Aquário

Ouvi num sermão que o pastor adventista, ao atender o pedido de visita feito por uma jovem em uma série de conferências, acabou encontrando um ambiente hostil em sua casa, no momento da visita. Seu pai, que era evangélico de outra denominação, havia conversado com o seu pastor e um grupo de membros ficaram aguardando a chegada do pastor adventista àquela casa.

Chegando, foi surpreendido com mais de 10 senhores de paletó, que solicitaram que ele sentasse em um banquinho infantil, baixinho, enquanto todos os demais sentaram-se em cadeiras normais e o pastor da outra denominação ficou de pé, começando o discurso, mais ou menos assim: "vocês, adventistas, são pescadores de aquário" e "sabemos que a lei foi abolida, mas vocês distorcem a bíblia para guardar o sábado". Segundo o relato, cada tentativa de falar em sua defesa era interrompida prontamente por vários comentários simultâneos e novas ofensas de todos os presentes. Após bastante tempo do monólogo do pastor, provando sem chance de contra-argumentação, que os adventistas eram heréticos, tendo dito todos os argumentos de que se lembrava, o pastor adventista pediu a palavra e foi, então atendido.

Ele disse: -- "já que ouvi quieto, posso agora falar só uma coisa a respeito deste assunto (o que estavam falando, que não estamos mais debaixo da lei de Deus, mas da Graça, baseado em ) de que me acusam?" Tendo concordado, disse-lhes: -- "podemos ler a Bíblia agora? Então leiamos Romanos 7:8":
  • "Mas o pecado, tomando ocasião, pelo mandamento operou em mim toda espécie de concupiscência; porquanto onde não há lei está morto o pecado."

-- "O que diz o texto sobre a lei e o pecado? Isto está na carta de Paulo aos romanos. Onde não há lei não há pecado. Se depois da morte de Cristo a lei está abolida, não temos pecado. A que lei pode estar se referindo? Não pode ser a dos homens, então é a lei de Deus. A lei de Deus, que sempre existiu desde o Éden, foi gravada nas tábuas pelo próprio Deus no Sinai. Se a graça agora "substituiu" a lei, pela passagem não exite mais pecado; se não existe mais pecado, não existe razão de existirem igrejas nem pastores, como nós".

Depois disso, o pastor disse: "tenho vontade de cortar a cabeça de vocês, adventistas, e colocar a Bíblia dentro de suas cabeças"! Então o pastor adventista disse: -- "já que eu não sou bemvindo aqui, visto que querem até me matar, vou-me embora." Saiu e foi acompanhado pelo dono da casa, que relatou finalmente que tudo foi idéia do pastor, inclusive o "banquinho".

Fiquei pensando sobre esse relato. O que leva pessoas "religiosas" a terem tal reação? Essa atitude corresponde ao uso da força. Que medo tão grande existe no diálogo? Por que ter medo? Achei na internet o link O Desafio da Igreja Adventista do Sétimo Dia. É um texto revoltado de um ex-frequentador, que apresenta uma visão caricaturada, distorcida do que acreditam os adventistas. Mas apresenta críticas construtivas e outras demonstram sua grande revolta. Estou citando aqui porque acusa o adventismo de "pescar no aquário dos outros", e é essa a idéia que pretendo agora analisar sucintamente. Lendo os escritos do link acima, sugiro que o leitor deste meu blog também não deixe de ler o seguinte com a real posição da Igreja Adventista: Crenças da Igreja Adventista.

Qual o problema de falar da sua religião para quem tem outra religião? Pescar num aquário é algo muito fácil, porque o peixe está sem alternativa de fuga. É fácil. Pregar para não crentes é pregar no lago, rio ou oceano enquanto pregar a evangélicos é pregar no aquário? Acho que as coisas estão trocadas. É muito mais difícil convencer alguém que estuda a Bíblia regularmente (ou não?) e apresentar a sua visão a ela. Dizer para uma pessoa que nunca leu a Bíblia que Deus o quer salvar e que o certo é guardar o sábado é muito mais fácil que, por exemplo, mostrar para um evangélico que ele está enganado guardando o domingo e que todos os seus líderes e pastores conferencistas, com doutorado e tudo, não compreenderam o que os adventistas estão dizendo com base na Bíblia, somente. Não estou correto? É muito mais difícil. Se falamos com evangélicos é porque temos muita convicção! É porque sabemos que, mesmo sendo um grande desafio, falta muito pouco para que os evangélicos pensem como os adventistas.

Pessoalmente acho que todos os argumentos contrários são tão fracos, mas tão fracos e mal colocados que essa foi a razão de eu ter deixado a minha primeira religião e passado a ser adventista. A visão anterior era de espanto pelo misticismo do culto do por-do-sol de sexta-feira, pelo fanatismo aparente a Ellen White, uma "profetisa", que é tão acusada que a impressão que tinha era de que ela seria uma pessoa fanática, quase louca, que escrevia e mandava em todos e inventava sonhos e visões. Mas com o tempo fui vendo que nada era como pintavam para mim. Diziam que eu nem deveria ter muito contato com os adventistas. Agora sei o porquê: por que acabaria me tornando um adventista, como ocorreu. Conclusão que cheguei: Igreja Adventista é tão coerente como a Batista, mas apresenta muito mais profundidade e unidade no estudo da Bíblia.